Florisvaldo de Oliveira, conhecido anteriormente como Cabo Bruno, assumiu oficialmente no domingo (23/09/2012) sua função de pastor na Igreja Refúgio em Cristo, em Taubaté. A cerimônia durou mais de duas horas e contou com a presença de mais de dez pastores, uma comitiva de quatro representantes da sede da igreja no Rio de Janeiro, além de carcereiros do presídio e ex-detentos convertidos.
Colocado há pouco mais de um mês em liberdade, Oliveira substituiu na função de pastor sua esposa Dayse França, que comandou a igreja durante dois anos, segundo a agência Estado.
Muitos dos presentes testemunharam sobre sua transformação. “O mundo todo e a sociedade podem olhar para você atravessado. Ele (Jesus) olha reto”, iniciou a pregação o pastor Airton, fitando Oliveira. Este, por sua vez acompanhava os testemunhos e cânticos de olhos fechados e levantando a mão direita.
Conhecido como um dos justiceiros mais temidos de São Paulo, Oliveira passou a atuar matando jovens de bairros da periferia da zona sul a mando de comerciantes locais.
Muitos testemunhos se sucederam, enfatizando a mudança de vida do ex-justiceiro. Seu irmão, Pedro Silvestre, declarou: “todos podem mudar. Essas mudanças são o maior milagre de Deus”.
“Não cabe a nenhum de nós julgar o próximo, ainda que seus pecados sejam vermelhos como o escarlate, se tornarão brancos como a neve”, disse o bispo Vladimir, da Igreja Refúgio em Cristo, que veio da capital fluminense especialmente para a cerimônia.
Após assinar o documento que o empossava como pastor, Oliveira falou pela primeira vez dizendo que “iria saquear o inferno tomando as almas de Satanás e as entregando para um reino de luz”. Ele ainda afirmou que agora vai continuar sua guerra de forma pacífica.
Na época ele e os outros justiceiros com quem atuava, além dos comerciantes que ordenavam as execuções, acreditavam que não havia esperança para eles, e por isso deveriam ser exterminados. De acordo com os depoimentos, depois de se converter Oliveira se mostrou uma pessoa metódica e empenhada. No presídio de Tremembé, onde passou 27 anos, construiu uma igreja e fez pessoalmente alguns elementos, como o púlpito de madeira. “Se eu não ficasse tanto tempo, talvez não estivesse agora aqui”, testemunhou.
Durante o culto não foram mencionados os crimes e fatos do passado. “Queremos esquecer o passado”, disse a mulher, Dayse. “Somos hoje servos de Deus e queremos ter paz para viver”, concluiu.
Fonte: Gospel Mais | Divulgação: Midia Gospel