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Christmas Natal

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“Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho dos gentios,... Porque os costumes dos povos são vaidade” - Jr 10:1-3
O Natal está chegando! Sem dúvida! Mas o que é o "Natal"? Será que o próprio termo não denota sua origem - "Christ-mass (a missa de Cristo)". Portanto é de origem romana, trazida diretamente do paganismo. Mas, diria alguém, o Natal é o momento em que comemoramos o nascimento do Salvador. É mesmo? E quem autorizou tal comemoração? Deus é que não foi. O Redentor ordenou a seus discípulos que "se lembrassem" dEle na Sua morte, mas não há uma única palavra em toda a Escritura Sagrada, de Gênesis a Apocalipse, que nos diga que devemos celebrar o Seu nascimento. Além disso, quem sabe quando, em que mês, Ele nasceu? A Bíblia silencia a esse respeito. Será que é sem motivo que as únicas comemorações de "aniversário" mencionadas na Palavra de Deus sejam as de Faraó (Gn. 40:20) e de Herodes (Mt. 14:6)? Será que isso não está registrado "para nossa aprendizagem"? Se assim for, temos levado isso contritamente ao coração?

E QUEM celebra o "Natal"? Todo o "mundo civilizado". Milhões que não fazem nenhuma profissão de fé no sangue do Cordeiro e que O "menosprezam e rejeitam" e ainda mais milhões que, enquanto reivindicam serem seus seguidores, pelas suas obras O negam, unidos em farras sob a pretensão de estarem honrando o nascimento do Senhor Jesus. Levando isso ao mais baixo nível, perguntaríamos: É correto Seus amigos unirem-se a Seus inimigos em um círculo mundano de satisfação carnal? Será que alguma alma nascida de novo pensa realmente que Aquele que o mundo lançou fora fica feliz ou é glorificado por tal participação nas alegrias do mundo? Realmente, os costumes dos povos são vaidade; e está escrito: "Não seguirás a multidão para fazeres mal" (Ex. 23:2).

Alguns argumentarão em prol de "celebrar o Natal" com base no argumento de que devemos "dar às crianças alguns bons momentos". Mas por que fazer isso sob o disfarce de honrar o nascimento do Salvador? Por que é necessário arrastar Seu santo nome e vincula-lo ao que acontece nesta temporada de folia carnal? Seria isto levar os pequeninos para FORA do Egito (Ex. 10:9-10), nação que sempre figurou como um tipo do mundo, ou não seria claramente um entrosamento com os egípcios dos nossos dias no seu "usufruto dos prazeres transitórios do pecado" (Hb. 11:25)?  A Bíblia diz, "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele." (Pv. 22:6). A Bíblia ordena que o povo de Deus crie seus filhos “na disciplina e na admoestação do Senhor" (Ef. 6:4), mas onde é que ela estipula que é nosso dever dar a elas “bons momentos’? Será que seria possível dar a elas "bons momentos" ao nos ocuparmos de coisas para as quais não poderíamos pedir apropriadamente a benção do SENHOR?

Existem aqueles que se abstém de algumas das carnalidades mais grosseiras da "estação festiva", no entanto estão cruelmente escravizados ao costume prevalecente do "Natal", isto é, a troca de "presentes". Dizemos "troca" porque é isso que realmente ocorre em muitos casos. Uma lista é mantida, no papel ou na memória, dos presentes que foram recebidos no ano passado, com a finalidade de devolver a gentileza este ano. E isso não é tudo: grande cuidado é tomado para que o "presente" dado ao amigo valha em dinheiro tanto quanto o que se espera receber dele. Assim, apesar de muitos não poderem fazer frente a essas despesas, uma soma considerável tem que ser posta de lado a cada ano para ter com que comprar coisas simplesmente para entregá-las em troca de outras que provavelmente serão recebidas. Dessa forma um fardo é colocado sobre essas pessoas; fardo este que não poucos consideram difícil de suportar.

Mas o que devemos fazer? Se deixarmos de entregar "presentes" nossos amigos pensarão mal de nós, provavelmente nos julgando mesquinhos e avarentos. O caminho honesto a tomar é enfrentar a dificuldade de notificá-los - por carta se estiverem distantes - que de agora em diante você não entregará mais nenhum "presente de Natal", como é chamado. Exponha suas razões. Expresse claramente que você foi levado a ver que aquela "festividade de Natal" é uma coisa completamente DO MUNDO, destituída de qualquer autorização Bíblica; que é uma instituição católica romana, e que agora que você vê isso, já não ousa ter qualquer cumplicidade com essas coisas (Ef. 5:11); que você é um liberto do Senhor (1 Cor. 7:22), e por isso você se recusa a estar em escravidão a um trágico costume imposto pelo mundo.

E o que dizer sobre enviar "cartões de Natal" com um texto bíblico escrito neles? Também isso é uma abominação aos olhos de Deus. Por quê? Porque a Palavra dele proíbe expressamente todas as misturas profanas; Dt. 22:10-11 tipifica isso. O que estou querendo dizer com “mistura profana’? Isto: a união da pura Palavra de Deus com a "Cristo-missa" dos romanistas. Enviem cartões por todos os meios (preferivelmente em algum outro momento do ano) a seus amigos descrentes, e aos cristãos também, com um verso de Bíblia, mas NÃO com "Natal" escrito neles. O que você acharia de um programa impresso de um circo de palhaços com Isa. 53:5 escrito no rodapé? Ora, que isso está completamente FORA DE LUGAR, altamente incongruente. Mas aos olhos de Deus o circo e o teatro são muito menos ofensivos que a "celebração de Natal" dos romanistas e das "igrejas’ protestantes." Por quê? Porque esta é feita sob o manto do nome santo de Cristo e aqueles não.

"Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito." (Pv. 4:18). Onde há um coração que realmente deseja agradar a Deus, Ele graciosamente concede conhecimento crescente da Sua vontade. Se Ele se agradar em usar estas linhas para abrir os olhos de algumas pessoas do Seu querido povo e leva-las a reconhecer o que é um mal crescente, e mostrar a elas que elas têm desonrado a Cristo unindo o nome do Varão de Dores (e assim Ele FOI, enquanto esteve aqui na Terra) com um "FELIZ Natal’, então una-se a este autor em uma arrependida confissão desse pecado a Deus, buscando a graça dele para completa libertação dessas coisas, e louve-O pela luz que Ele lhe concedeu quanto a essa questão.

Amado irmão, "a vinda do Senhor está próxima" (Tg. 5:8). Acreditamos realmente nisso? Não acredite porque o Papado está recuperando seu poder temporal perdido, mas porque DEUS assim diz - "visto que andamos por fé e não pelo que vemos" (2 Co. 5:7). Se realmente cremos assim, que efeitos tal convicção está tendo sobre a nossa caminhada? Este pode ser o seu último Natal na Terra. Durante este Natal, o Senhor pode descer do céu e com um brado juntar aquilo que é Seu a Si mesmo. Você gostaria de ser chamado em meio a uma "festa de Natal" para encontrá-lO nos ares? A chamada para este momento é "Saí ao seu encontro!" (Mt. 25:6) afastando-se de uma cristandade irreligiosa, de uma horrível paródia de "religião" que agora se esconde debaixo do nome dEle.

"Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo." (2 Co. 5:10). Quão solene e perscrutador! O Senhor Jesus declarou que "de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo" (Mt. 12:36). Se toda “palavra frívola" será levada em consideração, então seguramente também o será toda a energia desperdiçada, todo dólar perdido, toda hora jogada fora! Se ainda estivermos na Terra quando os últimos dias deste ano chegarem, que o autor e o leitor seriamente busquem graça para viver e agir tendo o tribunal de Cristo diante dos olhos. Os SEUS "muito bem" serão ampla compensação para as zombarias e insultos que possamos receber agora das almas sem Cristo.

Será que algum leitor cristão imagina, por um momento sequer, que quando ele ou ela comparecerem perante o seu Santo Senhor eles se lamentarão por terem vivido de forma “muito rigorosa’ aqui na Terra? Existe o mais leve perigo dEle reprovar qualquer dos Seus porque eles eram "muito extremados" em abster-se "das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma" (1 Pe. 2:11)?  Nós podemos ganhar a boa vontade e receber boas ações dos religiosos mundanos de hoje por ceder em "pequenos(?) pontos", mas será que receberemos o Seu sorriso e aprovação naquele dia? Ah, como é importante interessar-se mais no que ELE pensa, e menos no que os pobres mortais pensam.

"Não seguirás a multidão para fazeres mal" (Ex. 23:2). Como é fácil flutuar com a maré da opinião popular; mas exige muita graça, diligentemente buscada em Deus, para nadar contra ela. Todavia é isto que o herdeiro do céu é chamado a fazer: "não vos conformeis com este século" (Rm. 12:2), negar-se a si mesmo, levar a sua cruz, e seguir um Cristo rejeitado. Quão ardorosamente o autor e o leitor precisam dar ouvidos àquela palavra do Salvador: "Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa." (Ap. 3:11). Oh que cada um de nós possa ser capaz de dizer verdadeiramente: "De TODO mau caminho desvio os pés, para observar a TUA PALAVRA“ (Sl. 119:101).

Nossa palavra final é aos pastores. Para você a Palavra do Senhor é: "torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza" (1 Tm. 4:12). Não é verdade que as "igrejas" mais corruptas que você conhece, onde quase todo o fundamento da fé é negado, terão as suas “celebrações de Natal’? Você os imitará? Você é coerente a ponto de protestar contra métodos não-escriturísticos de "arrecadar dinheiro", e em seguida sancionar os não-escriturísticos cultos de Natal? Busque graça para firmemente, porém afetuosamente, firmar a verdade de Deus quanto a esse assunto diante da sua congregação, anunciando que você não pode ter nenhuma parte em seguir costumes pagãos, romanistas, e mundanos.
Arthur W. Pink