O novo Gabinete de governo do Japão completou um mês há poucos dias e já volta às manchetes envolvido em polêmicas. O ministro das Finanças, Taro Aso, protagonizar uma declaração imprópria, após dizer que os idosos em estado terminal deviam “se apressar e morrer” para poupar gastos do governo com a saúde pública. O político, de 72 anos, também disse que recusaria qualquer tipo de tratamento médico para prolongar sua vida.
“Deus me livre de ser forçado a viver se quisesse morrer. Eu acordaria me sentindo cada vez mais pior sabendo que (o tratamento) foi todo pago pelo governo”, disse ele durante uma reunião do Conselho Nacional de Reformas da Segurança Social. “O problema não será resolvido, a não ser que você deixe que eles se apressem e morram”.
Aso também afirmou que escreveu uma carta a sua família na qual rejeita qualquer procedimento caso necessite de aparelhos para manter-se vivo. Para completar, ele também descreveu pacientes idosos que não conseguem se alimentar sozinhos como “pessoas tubo” e alertou o ministro do Bem-Estar e Saúde, presente na reunião, que tal tratamento custava “dezenas de milhões de yenes” por mês para tratar um só paciente.
Depois de uma onda de críticas, o ministro tentou se retratar, afirmando que reconhecia que seus comentários foram “inapropriados” e que as declarações somente refletiam a sua opinião pessoal e não eram uma sugestão para o governo.
As declarações são um problema para o novo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que foi obrigado a deixar o cargo em 2007 devido a declarações embaraçosas dos membros de sua equipe. No Japão, quase 25% dos 128 milhões de habitantes tem mais de 60 anos. O número cresce a 40% se considerados os cidadãos com mais 50 anos.
A expectativa de vida no Japão é a segunda maior do mundo, segundo dados divulgados pelo governo no fim de 2012. As japonesas vivem em média 86,7 anos, enquanto os homens vivem em torno de 79,44 anos.
Os idosos foram as principais vítimas do terremoto seguido da tsunami que assolou o país em março de 2011. De acordo com dados do órgão nacional de estatísticas, mais de 56% dos mortos tinham 65 anos ou mais, e quase 75% dos desaparecidos tinham mais de 60 anos.
Fonte: O Globo / Verdade Gospel | Divulgação: Midia Gospel