O incômodo com o atraso dos colegas vereadores na manhã desta quarta-feira (5) fez com que a líder da oposição na Câmara Municipal de Curitiba, Noêmia Rocha (PMDB), usasse o tempo para ler um salmo da Bíblia em plenário. Segundo ela, havia pouco mais de seis dos 38 vereadores após 50 minutos do horário previsto para reunião.
Após a sessão de terça (4) que decidiu pelo adiamento da votação sobre o projeto de lei que altera e institui potencial construtivo à Arena da Baixada, que vai receber jogos da Copa do Mundo de 2014, foi estabelecida uma reunião com técnicos da prefeitura e o secretário municipal da Copa, Luiz de Carvalho. O encontro deveria começar com uma tribuna livre às 8h, mas devido à falta de quórum teve início apenas às 9h, diretamente na sessão ordinária.
“Nós tínhamos marcado uma reunião com todos os vereadores, porque ontem teve um debate acirrado e muita dúvida sobre o projeto. Eram 8h50 e estávamos em meia dúzia de vereadores”, lamentou Rocha ao G1. Ela contou que a iniciativa da leitura de um Salmo foi de um colega, também indignado com a demora. “Eu tenho o hábito de levar minha Bíblia pequena para ler antes do início da sessão plenária, e quando o Salamuni me viu com a Bíblia aberta me disse: ‘Leia para nós, vereadora’.”
O Salmo escolhido por Noêmia foi o 37, de Davi, que, coincidência ou não, começa com o trecho “Não te irrites por causa dos maus, nem tenhas inveja dos injustos. Eles são como a erva: secam depressa, murcham logo como a relva”. Questionada se tratava de uma forma de protesto, a vereadora justificou como um pedido para que “as pessoas tenham uma votação sensata”.
Se o projeto que tramita for aprovado, as obras na Arena da Baixada, orçadas em R$ 184 milhões, receberão aporte de R$ 123 milhões do município e do estado em títulos. “O potencial construtivo foi um instrumento aprovado pela Câmara de Curitiba para alavancar o dinheiro necessário, por se tratar de um ativo financeiro”, disse Carvalho, garantindo que não houve majoração no número de cotas cedidas, estimado em 246 mil.
O secretário falou também sobre as contrapartidas que o Atlético-PR terá de fornecer, bem como o governo estadual. “Tem que haver reflexão sobre o tema, pois a capital está recebendo mais de R$ 1 bilhão em investimentos. Isto também é contrapartida, pois são obras que foram agilizadas por conta de Curitiba ter se viabilizado como cidade-sede da Copa”, justificou.
MP E TCE
“Vamos levar todos os nossos questionamentos em relação às perguntas que não foram respondidas. Nós solicitamos isso ao Executivo, mas eles não respondem, a questão vem ao plenário e passa porque a base é maioria”, reclamou Noêmia Rocha.
Fonte: G1 | Divulgação: Midia Gospel